Projeto Índios na Cidade
O Projeto “Índios na Cidade”, da ONG Opção Brasil, sob a coordenação de Marcos Júlio Aguiar, consiste em refletir, e agir, em torno da demanda de homens e mulheres indígenas que vivem na cidade; os aldeados e principalmente os que estão fora de suas aldeias.
O início deu-se em 1998, quando ainda não tinha o nome que tem hoje e era realizado por um grupo de voluntários da Pastoral Universitária da Diocese de Santo André. Em 2000, o Projeto saiu da pastoral e passou a ser exclusivamente um trabalho voluntário. Em 2001, assume seu nome atual e em 2002 ele passa a pertencer à ONG Opção Brasil.
Em todo este período de atuação junto ao Povo Indígena das cidades, foi constatado o seguinte: a realidade destes indígenas que vivem fora de suas aldeias e dentro das cidades é bem pouco ou nada trabalhada pelos poderes públicos locais e pelas entidades indigenistas. Por este e outros motivos, o Projeto “Índios na Cidade” também consiste em:
* Visitar os indígenas e suas famílias que vivem nas cidades, tanto em periferias como nos meio rurais e urbanos, e promover reuniões, encontros e reflexões com eles para discutir suas necessidades;
* Apontar caminhos que ajudem a diminuir a exclusão que o povo indígena vive das cidades, assim como denunciá-la sempre que necessário. Não substituir o papel do poder público responsável por essa questão;
* Buscar quebrar estereótipos, preconceitos e paradigmas errôneos que costumam ser associado ao indígena e sua essência;
* Procurar levar à sociedade em geral, e nos âmbitos civil, público e privado que o indígena que está na cidade não deixa de ser índio, pois isso faz parte de sua essência, fazendo com que ele seja reconhecido como é (costumes, cultura, modo de ver a vida, entre outros) e não como esta quer que ele seja;
* Fazer também com que o indígena que está na cidade enxergue e reconheça a sociedade que o envolve e que, através deste reconhecimento, consiga conquistar seus espaços, abrir seus caminhos, ter seus direitos preservados e realizar seus deveres;
* Buscar oferecer meios para que esses indígenas possam manter sua cultura mesmo vivendo em cidades e longe de suas aldeias. E nos casos dos indígenas que se distanciaram de sua cultura, procurar trabalhar o resgate de seus valores e de sua auto-estima;
* Apoiar, de forma coerente, as formas de manifestação a favor do povo indígena (abaixo assinados, formação de associações indígenas, encontros indígenas, moções etc.) e disseminá-las na sociedade. Apoiar também projetos propostos pelos indígenas;
* Envolver os indígenas em outros projetos da ONG Opção Brasil, como os de juventude e meio ambiente;
* Fazer o que chamamos de política de “ocupação de espaços”: sempre que houver oportunidade, trazer o indígena para mostrar seu trabalho. Exemplos: envolver o indígena em conferências de saúde; se houver espaço para comercialização em eventos de participação da ONG, dar oportunidade para que indígena comercialize seus produtos; dar oportunidade também para que o indígena leve informações acerca de sua cultura e sabedoria para professores da rede de ensino e para outros profissionais, valorizando sempre a população indígena local (de determinado bairro, cidade ou região);
* Propor espaços de reflexão acadêmica, de encontro, de ritual, sobre o tema “Indígenas que vivem em cidades”;
* Refletir e trabalhar em busca de políticas públicas para os indígenas que vivem em cidades;
* Nunca falar em nome dos Povos Indígenas, mas falar sempre em nome do trabalho que realizamos. Procurar também abrir espaços para que os indígenas tenham voz e vez.
Em nossa atuação, já atendemos milhares de indígenas, colaborando nas mais diferentes formas (doação assistencial, projetos de educação e cultura e de fomento, transporte, saúde, articulação política indígena, entre outros). E também devido ao nosso grande volume de trabalho necessitamos de auxílio.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
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Oi, moro no RS e trabalho em uma aldeia guarani. Nosso projeto lá, através da UFRGS onde sou aluna, é de valorizar a cultura oral e o olhar indígena, através da fotografia e do vídeo, para que eles possam falar sobre a própria cultura, em sua própria língua e mostrá-la como acharem importante, para que possam ocupar os espaços que lhes cabem. Temos algumas coisas em comum. Vou te deixar nosso link (é só clicar no meu nome) se achares interessante mantermos contato, adiciono o link de vcs no nosso blog.
ResponderExcluirUm grande abraço.